Os eremitas, os monges e o rei. Em torno do primeiro século da presença jerónima em Portuga

Autores/as

  • João Luís Fontes Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa - Instituto de Estudos Medievais – NOVA FCSH - Centro de Estudos de História Religiosa – UCP https://orcid.org/0000-0002-7122-4357

DOI:

https://doi.org/10.3989/hs.2023.08

Palabras clave:

Ordem de S. Jerónimo, Portugal, Eremitas da Serra de Ossa, reforma religiosa, dinastia de Avis, Orden de S. Jerónimo, Ermitaños de Serra de Ossa, dinastía Avis

Resumen


Las primeras pruebas documentales de la presencia de Fray Vasco y su pequeña comunidad eremítica en Penha Longa, en las afueras de Sintra, se remontan a 1390, en lo que más tarde se convertiría en uno de los primeros monasterios de la Orden de los Jerónimos en Portugal. Desde muy pronto, el nombre del nuevo monarca portugués, el rey João I, aparece asociado a la historia de este grupo, protegiéndolo y permitiéndole adquirir las tierras en las que llevaban una vida pobre y solitaria. La historia temprana de la Orden de San Jerónimo en Portugal revela esta estrecha relación con la realeza y con las élites laicas y eclesiásticas más importantes del reino portugués, que protegieron y patrocinaron sus monasterios, pero también los utilizaron como ejemplos de una vida ejemplar y ordenada, en tiempos de renovación de la vida religiosa. Este es el camino que proponemos en este artículo, cuestionando, al mismo tiempo, lo que es posible saber sobre los orígenes de la Orden en Portugal y sobre sus relaciones con los grupos eremitas que, en Portugal, se asentaron principalmente al sur del río Tajo, con su centro en la Sierra de Ossa, seguidores, como los primeros Jerónimos, de una vida pobre y solitaria.

[pt] As primeiras provas documentais da presença de Frei Vasco e da sua pequena comunidade eremítica em Penha Longa, nas proximidades de Sintra, remontam a 1390, no que mais tarde se converteria num dos primeiros mosteiros da Ordem dos Jerónimos em Portugal. Desde cedo, o novo monarca português, o rei João I, aparece associado à história deste grupo, protegendo-o e permitindo-lhe adquirir as terras em que levavam uma vida pobre e solitária. A história inicial da Ordem de São Jerónimo em Portugal revela esta estreita relação com a realeza e com as principais elites leigas e eclesiásticas do reino português, que protegeram e patrocinaram os seus mosteiros, mas também os utilizaram como modelos de uma vida exemplar e ordenada, em tempos de renovação da vida religiosa. Este é o caminho que propomos neste artigo, questionando, ao mesmo tempo, o que é possível saber sobre as origens da Ordem em Portugal e as suas relações com os grupos eremíticos que, em Portugal, se implantaram e expandiram sobretudo a sul do rio Tejo, com o seu centro na Serra de Ossa e seguidores, como os primeiros Jerónimos, de uma vida pobre e solitária.

 

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Andrade, Maria Filomena, João Luís Fontes e Ana Maria S. A. Rodrigues. 2020. «La(s) reforma(s) en el franciscanismo portugués en la Edad Media». Hispania Sacra LXXII 145: 51-63. https://doi.org/10.3989//hs.2020.004

Antunes, Ana Paula Jerónimo. 2012. De Infanta de Portugal a duquesa de Borgonha: D. Isabel de Lencastre e Avis (1397-1429). Lisboa: Tese de Mestrado em História (área de especialização em História Medieval) apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Carvalho, José Adriano Freitas de. 1984. «Nas origens dos Jerónimos na Península Ibérica: do Franciscanismo à Ordem de S. Jerónimo - o itinerário de Fr. Vasco de Portugal». Revista da Faculdade de Letras. Línguas e Literaturas. Porto. 2ª série, 1: 11-131.

Carvalho, José Adriano Freitas de. 1995. «Nobres Leteras... Fermosos Volumes». Inventário de Bibliotecas dos Franciscanos Observantes em Portugal no século XV. Os traços de união das reformas peninsulares. Porto: Centro Inter-Universitário de História da Espiritualidade - Instituto de Cultura Portuguesa - Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Carvalho, José Adriano Freitas de. 2016. Antes de Lutero: a Igreja e as reformas religiosas em Portugal no século XV. Anseios e limites. Porto: CITCEM / Edições Afrontamento.

Carvalho, J. M. Teixeira de. 1922. O Mosteiro de S. Marcos. Coimbra: Imprensa da Universidade.

Costa, António Domingues de Sousa. 1963. «D. Gomes, reformador da abadia de Florença, e as tentativas de reforma dos mosteiros portugueses no século XV». Studia Monastica V/1 : 59-164.

Costa, António Domingues de Sousa. 1986. Bispos de Lamego e de Viseu no Século XV (Revisão Crítica dos Autores) - vol. I (1394-1463). Braga: Editorial Franciscana.

Costa, António Domingues de Sousa. 1989. «Jerónimos». En Dicionário de História de Portugal, dir. Joel Serrão, III, 362-363. Porto: Livraria Figueirinhas.

Coussemacker, Sophie. 1994. L'Ordre de Saint Jerôme en Espagne (1373-1516). Paris: Thèse de Doctorat en Histoire Médiévale, Université de Paris X - Nanterre.

Díaz Martí, Carles. 2020. El primer segle dels Jerònims a Catalunya. Barcelona: Pagés.

Fontes, João Luís Inglês. 2009. «Percursos de um antigo ermitério me¬dieval: o oratório do Alentejo, no termo de Óbidos». En Olhares sobre a História. Estudos oferecidos a Iria Gonçalves, dir. Maria do Rosário Themudo Barata e Luís Krus, coord. de Amélia Aguiar Andrade, Hermenegildo Fernandes e João Luís Fontes, 233-251. Lisboa: Caleidoscópio.

Fontes, João Luís Inglês. 2021. Génese e institucionalização de uma experiência eremítica. Da «pobre vida» à Congregação da Serra de Ossa (1366-1510). Lisboa: Imprensa Nacional.

Freire, Anselmo Braamcamp. 1901. As Sepulturas do Espinheiro. Lisboa: Imprensa Nacional.

Fuentes Ortiz, Ángel. 2020. Los monasterios jerónimos, nuevos es¬pácios de memoria en la Castilla Tratámara (1373-1474). De los lenguajes de al-Andalus a la revolución del gótico final. Madrid: Facultad de Geografía e Historia - Universidad Complutense. Tesis de Doctorado en Historia del Arte.

Gago, Alice João Palma Borges. 2000. A casa senhorial de Diogo Soares de Albergaria. Lisboa: Dissertação de Mestrado em História Medieval apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

García Oro, José. 2006. «Los "frades da prove vida". Un nuevo francis¬canismo en Galicia y Portugal». En Los Franciscanos Conventuales en España. Actas del II Congreso Internacional sobre el Franciscanismo en la Península Ibérica (Barcelona, 30 de marzo-1 de abril de 2005), ed. Gonzalo Fernández-Galhardo Jiménez, 245-274. Madrid: Franciscanos Conventuales - Asociación Hispánica de Estudios Franciscanos.

Gomes, Rita Costa. 1995. A Corte dos Reis de Portugal no final da Idade Média. Carnaxide: Difel.

Gomes, Saul António. 1994. «O convento de S. Francisco de Leiria na Idade Média». Itinerarium XL: 399-502.

Gonçalves, Iria. 1991. «O Mosteiro de Alcobaça e o recrutamento geo¬gráfico dos seus monges». En IX Centenário do Nascimento de S. Bernardo: Encontro de Alcobaça e Simpósio de Lisboa - Actas. Braga: Universidade Católica Portuguesa - Câmara Municial de Alcobaça, 233-256.

Gonçalves, Iria. 2009-2010. «Linhas mestras da antroponímia medieval portuguesa». Media Aetas - Cadernos de Estudos Medievais, 2ª série, 4: 93-113.

Llopis Agelan, Enrique. 1998. «Milagros, demandas y prosperidade: el monasterio jerónimo de Guadalupe, 1389-1571». Revista de Historia Económica, XVI, 2: 419-451. https://doi.org/10.1017/S0212610900007205

Machado, J. T. Montalvão. 1965. «Paço Real de Frielas». Olisipo - Bole¬tim do Grupo de Amigos de Lisboa 112 (Out. 1965): 187-194. https://doi.org/10.1080/00378941.1965.10838230

Moreno, Humberto Baquero. 1979-1980. A Batalha de Alfarrobeira: antecedentes e significado histórico. 2 vols. Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade.

Nieto Cumplido, Manuel. 2012. El monasterio de San Jerónimo de Valparaíso. S. l.: Almuzara.

Pacheco, Milton Pedro Dias. 2022. «Nos territórios do Rei. A moradia real de D. Dinis no termo de Lisboa: o Paço de Frielas». En Os territórios da Lisboa medieval, ed. João Luís Fontes e Luís Filipe Oliveira, 139-186. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais - NOVA FCSH.

Pastor Gómez-Cornejo, Fernando, Javier Onrubia Rebuelta e Luís Bush Peydro. 2020. Fuentes y bibliografia de la Orden de san Jerónimo y de sus monasterios. Madrid: Fraternidades Jeronimas.

Pina, Maria Isabel Pessoa Castro. 2011. Os Lóios em Portugal: origens e primórdios da Congregação dos Cónegos Seculares de São João Evangelista. Lisboa: Tese de Doutoramento apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. https://doi.org/10.4000/medievalista.715

Revuelta Somalo, Josemaría. 1982. Los Jerónimos. Una orden religiosa nacida en Guadalajara. Guadalajara: Institución Provincial de Cultura "Marqués de Santillana".

Riera Sans, Jaume. 2008. «Els primers monestirs de jerònims a la Corona d'Aragó (1374-1414)». Studia Monastica 50/2: 275-344.

Rosa, Maria de Lurdes. 2000. «A religião no século: vivências e devoções dos leigos». En História Religiosa de Portugal, dir. Carlos A. Moreira Azevedo. Vol. I - Formação e limites da Cristandade, coord. Ana Maria C. M. Jorge y Ana Maria S. A. Rodrigues, 423-510. Lisboa: Círculo de Leitores - CEHR.

Rosa, Maria de Lurdes. 2012. As Almas Herdeiras. Fundação de Capelas Fúnebres e Afirmação da Alma como Sujeito de Direito (Portugal, 1400-1521). Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda.

Rosa, Maria de Lurdes. 2017. «Espiritualidade(s) na corte (Portugal, c. 1450 - c. 1520): que leituras, que sentidos?». Anuario de Historia de la Iglesia 26: 217-258. https://doi.org/10.15581/007.26.217-258

Ruiz Hernando, José Antonio. 1997. Los Monasterios Jerónimos Es¬pañoles. Segovia: Caja Segovia, 1997.

Sánchez Herrero, José. 1994. «Fundación y desarrollo de la Orden de los Jeronimos, 1360-1561». Codex Aquilarensis. Cuadernos de In¬vestigación de Santa María La Real, 10 (Dec. 1994): 63-94.

Santos, Cândido dos. 1980. Os Jerónimos em Portugal. Das origens aos fins do século XVII. Porto: INIC / Centro de História da Universidade do Porto.

Santos, Cândido dos. 1984. Os monges de S. Jerónimo em Portugal na época do Renascimento. Biblioteca Breve, 90. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa.

Sensi, Mario. 1985. Le Osservanze Francescane nell'Italia Centrale (Secoli XIV-XV). Roma: Collegio San Lorenzo da Brindisi - Istituto Storico dei Cappuccini.

Sensi, Mario. 1988. «La Regola di Niccolò dall Costituzione Periculoso alla Bolla Pastoralis Officii [1298-1447]». En La « Supra montem » di Niccolò IV (1289) : genesi e diffusione di una regla. Atti del V Convegno di Studi Francescani (Ascoli Piceno, 26-27 ottobre 1987), ed. R. Pazzelli e L.Temperini, 147-198. Roma: Ed. Analecta T.O.R.

Serra, Joaquim Bastos. 2006. «Santa Maria do Espinheiro: um mosteiro na periferia urbana de Évora. Apropriação e organização do espaço». En Paisagens Rurais e Urbanas - Fontes, Metodologias, Pro¬blemáticas. Actas das Segundas Jornadas, coord. Iria Gonçalves, 161-179. Lisboa: Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa.

Silva, Manuela Santos. 2012. A rainha inglesa de Portugal: Filipa de Lencastre. Rio de Mouro: Círculo de Leitores.

Silva, Manuela Santos. 2013. «Small Towns Belonging to the Medie¬val Queens of Portugal. Distinctiveness, Taxation, Jurisdiction». En Petites Villes Européennes au Bas Moyen Âge: Perspectives de Re¬cherche, ed. Adelaide Millán da Costa, 125-136. Lisboa: IEM.

Sommé, Monique. 1988. Isabelle de Portugal, duchesse de Bourgogne. Une femme au pouvoir au XVe siècle. Lille: Presses Universitaires du Septentrion.

Sousa, Bernardo Vasconcelos e (dir.). 2016. Ordens Religiosas em Portugal: Das origens a Trento - Guia Histórico. 3ª ed. Lisboa: Livros Horizonte.

Teixeira, Vítor Gomes. 2010. O movimento da Observância franciscana em Portugal (1392-1517): História, património e cultura de uma experiência de reforma religiosa. Porto: Editorial Franciscana.

Vigil Montes, Néstor. 2018. «Pedro de Noronha (1423-1452)». En Bis¬pos e Arcebispos de Lisboa, dir. João Luís Inglês Fontes, coord. António Camões Gouveia, Maria Filomena Andrade e Mário Farelo, 495-501. Lisboa: Livros Horizonte.

Descargas

Publicado

2023-06-28

Cómo citar

Fontes, J. L. . (2023). Os eremitas, os monges e o rei. Em torno do primeiro século da presença jerónima em Portuga. Hispania Sacra, 75(151), 75–88. https://doi.org/10.3989/hs.2023.08

Número

Sección

Monográfico